29 de mai. de 2005

Insone III


Notava, enquanto acostumava-se com o hábito de não dormir, que a cada noite passada em claro mais as coisas do mundo se esclareciam. Ao não dormir, a energia não se perdia com o fechar dos olhos e o repousar do corpo. As vontades permaneciam insatisfeitas, em busca de realização. Os aprendizados, assim como as boas experiências, deixavam de dispersar-se, de encaminhar-se para o desconhecido território da memória. O presente acentuava-se, as idéias encadeavam-se e, ao mesmo tempo, tornavam-se singulares pela abolição da rotina. Os fatos deixavam de aprisionar-se em dias, passavam a dar-se em seu tempo devido, em seu espaço adequado.

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