8 de ago. de 2007

Em obras


Para Martina, as manhãs eram sempre iguais. Às sete da matina, muito antes da hora prevista pra levantar da cama, começavam as marteladas na obra ao lado. Pontualmente às sete e quinze Martina tinha vontade de lançar pela janela o travesseiro, o telefone, o criado-mudo e qualquer outra coisa que suas mãos pudessem alcançar. Nesses momentos os cinco pedreiros pareciam um exército inimigo e eram capazes de irritá-la mais até do que o chefe, o ex-namorado e a vizinha do 402.

E nem parava pra pensar que aqueles pedreiros, decididamente, também não queriam estar ali.

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