20 de jul. de 2005

Oblíquo



- Desculpe-me pelo sumiço. É que eu não tô bom e não sou capaz de compartilhar isso. Não saberia como me comportar, preferi me esconder.

A amizade é um bom lugar pra fragilidade. Outro bom lugar pra ela é o amor. As fragilidades são muitas, são geralmente ocultas ou ocultadas. É preciso coragem para oferecê-las a alguém. E se a covardia destaca-se entre as fragilidades dele, parece entrar num caminho sem volta. Um caminho de fragilidades solitárias, de aproximações impossíveis. A aparente impossibilidade de oferecer-se, por covardia ou pela iminência do fracasso, é o que imobiliza-o e afasta-o das coisas encantadoras do mundo. Coisas cada vez menores, pelo ângulo cada vez mais oblíquo sob o qual ele é capaz de vê-las (e atrás do qual é levado a esconder-se).

12 de jul. de 2005

2 am


- Você ainda balança?
- Balanço e quase caio.
- Nossa, fiz uma cara aqui que nenhum emoticon consegue representar. Inúteis.
- Cara de quê?
- Ah. Acho que nenhuma palavra consegue representar também. Inúteis.
- E agora?
- Ah, eu gosto de você viu. Meio sem jeito mas gosto.
- Por que meio sem jeito?
- Ah, porque eu nao sei contextualizar, demonstrar. Sei lá.
- Mas eu gosto, por mais que sem jeito também, de você. E gosto de você gostar de mim.
- Que bom isso, assim a essa hora, assim sem porquê. Assim que é bom gostar.
- Oh... quase um post.
- É verdade.