30 de nov. de 2003

Sem rumo


A gente bebe um copo de vinho e o mundo perde o rumo. A alma cresce e desafia Deus para a luta.

Começou a ler um livro em homenagem ao amigo. Visitou o tio e jogou com os primos pós-crianças. Combinou de fazer qualquer coisa no fim de semana com o monte de gente. Associou-se a mais uma locadora de vídeo. Interessou-se pelas novas músicas. Comemorou o dinheirinho surpresa que viria em boa hora. Propôs amor àquela mulher, um dia depois de conhecê-la. Marcou duas reuniões. Fez favores sem pedir nem querer nada em troca. Basta ouvir um agora não para que nada disso faça sentido. Coisa estranha essa vida.

- Você não quer amolações? Então o que quer você? A vida é uma amolação. A morte não. Viver, sabe o que quer dizer? Desfazer a cintura e procurar encrenca. A vida ainda não nasceu, é feita da luz em que são tecidos os sonhos.
- Numa vida cabem todas as possibilidades. Potencialidades. Pontos finais. Escolha entre eles.

Como seria diferente o caminho que escolheria! Encheria minha alma com carne.

- Próximo!

Nas descidas as pedras ganham vida.

É assim que os grandes poetas vêem as coisas pela primeira vez. A cada manhã descobrem um novo mundo novo que eles próprios criam.

Quem sabe outro dia.

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