28 de out. de 2004

Brigitte (parte dois)


horas depois, acordou.

Brigitte gostava de sair de casa todo dia às seis horas da manhã. ela seguia, até então, o ritual que inventara quando criança:

ao pisar fora de casa, olhava para o céu e respirava três vezes enquanto mentalizava a palavra amor,

amor, palavra que antes - e até então - parecia-lhe um grande enigma. talvez o maior deles. mas naquele instante tudo lhe apareceu claramente (obviamente) e ela decidiu que era hora de dar um abraço em Osvaldo. entregaria-se a outro na noite daquele novo dia. e agora, que iria separar-se de Osvaldo, não sabia se conseguiria repetir aquele ritual de todos os dias. o ritual parecia-lhe completamente desnecessário. amava-se, afinal.

Brigitte levantou-se. olhou para Osvaldo e disse: "nunca mais".

preparou-se para um encontro. saiu de casa correndo, numa agitação de cabelos e pulseiras balançando.

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