23 de jul. de 2003

É fita


Tenho dois sobrinhos-crianças, Lucas e Marina. Seus pais sempre compraram e alugaram muitas fitas de vídeo para os dois, além de sempre os levarem ao cinema.

- Oi, Marina. O que você fez hoje?
- Hoje eu vi o filme da Xuxa e os Duendes 2.
- Olha. E o filme era legal, Marina?
- Era.
- E como era a história do filme?
- Tinha a Xuxa... que era amiga dos duendes. Tinha a Angélica, que era fada. E tinha o duende... E tinha o Aranha...
- O Aranha? O Aranha não é de outro filme, Marina?
- Não, ele era amigo da Xuxa, do duende... O duende era pai do Aranha.
- Anh... Mas o duende era pai do Aranha? De verdade?
- É verdade... (pensativa) É mentira... (pensativa) É fita.

Que alegria. Uma menina de três anos que já sabe que há diversos degraus entre a verdade e a mentira. Entre eles, a ficção e a tal fita. Fita que não passa de um olhar sobre uma realidade, que não pode ser chamado de mentira nem de verdade.

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