14 de ago. de 2003

Determinado


Meu professor contou um caso. Contou que costuma comprar livros no site amazon.com. E que outro dia entrou no site, em busca de mais um livro para a sua coleção, que deve ser enorme. Ao abrir a página, lá estava: Eduardo, seja bem vindo a nossa página. Isso é mesmo coisa estranha. Até para ele. Mas não pára por aí. Em seguida lá estava: Já temos lançamentos na área de Novas Tecnologias e Internet. E a tela se encheu de sugestões. A questão é que naquele dia meu professor queria comprar um romance. E nos contou como foi difícil sair daquela página, que já tinha tantos planos e expectativas para ele. Aí surgiu, na sala, outro caso semelhante: uma colega recebeu uma ligação da farmácia. Na ligação, uma moça oferecia ração para a cadela dessa colega. Segundo os cálculos da farmácia, a ração da cadela já deveria ter acabado. Então minha colega precisou convencer a moça de que ainda tinha ração em casa. Situações complicadas, não? E cada vez mais presentes. Até que ponto isso é comodidade e traz satisfação ao consumidor?

É quando penso se esse tipo de expectativa não está presente só nas empresas. Também está presente, na maioria das vezes, nas pessoas com quem nos relacionamos. É um custo muito grande sair de tudo o que já está determinado para nós. E essa coerência, que pode funcionar como uma muleta em situações complicadas, pode acabar se tornando um limite.

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